terça-feira, novembro 18, 2014

A Roça de Água Izé

A caminho do Sul de São Tomé é impossível ficar indiferente à Roça de Água Izé, que é um exemplo perfeito da arquitetura e da organização do trabalho na era colonial. Visitar a Roça de Água Izé é, em certa medida, viajar no tempo e recuar a um tempo em que a economia das ilhas de São Tomé e Príncipe dependia do cacau e quase tudo era organizado em torno da sua cultura. Ainda hoje é possível observar a maquinaria, as sanzalas, os edifícios que garantiam a autossuficiência da roça: o hospital, a carpintaria, os secadores de cacau e as vias ferroviárias, entre outras estruturas.
Os documentos históricos apontam para a figura de João Maria de Sousa Almeida (Barão de Agua Izé) como o impulsionador da cultura de cacau e o introdutor da árvore da fruta – pão no arquipélago, em pleno séc. XIX, precisamente na atual Roça de Água Izé. 

Uma das questões que se pode colocar é sobre a origem do nome da roça, que está associado ao camarão (denominado izé nestas latitudes) que se apanha no rio através de armadilhas construídas com fibra de palmeira (mussuá).



Uma outra lenda associada à figura do Barão de Água Izé é sua capacidade de viajar para Lisboa, entrando com o seu cavalo na Boca do Inferno, localizada muito próximo da Roça. A Boca do Inferno é uma massa de rocha basáltica, que estaria ligada à capital de Portugal, sendo que a viagem deveria demorar apenas alguns minutos.


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