domingo, agosto 26, 2007

Estudo sobre a população de STP

Antropogenética do arquipélago de São Tomé e Príncipe: um caso exemplar de microevolução humana Anthropogenetics of São Tomé e Príncipe Archipelago: a case study on human microevolution - Instituto de Patologia e Imunologia Molecular - IPATIMUP

A revolução marítima dos séculos XV e XVI e o estabelecimento do tráfico de escravos do Atlântico originaram um movimento sem precedentes de deslocação de populações, que envolveu mudanças sociais, biológicas e antropológicas de larga escala cujas consequências só poderão ser adequadamente avaliadas através de abordagens multidisciplinares. No entanto, particularmente no que respeita à expansão Portuguesa, a maior parte dos estudos sobre os novos padrões de comércio marítimo tem sido realizada pelas ciências históricas e sociais, e tem-se dedicado muito menor esforço à análise do correspondente impacto biológico nas populações humanas. O objectivo deste projecto é promover uma abordagem complementar das consequências do tráfico de escravos, através da caracterização da estrutura genética da população de São Tomé e Príncipe de acordo com um plano coordenado de recolha e análise de dados. Descoberto no início dos anos de 1470, este arquipélago previamente desabitado do Golfo da Guiné foi povoado com escravos importados das costas africanas adjacentes e tornou-se uma placa giratória crucial na deslocação maciça de populações promovida pelo tráfico de escravos do Atlântico. Este padrão de povoamento, que está historicamente documentado, pode ser considerado uma experiência natural adequada ao estudo da antropogenética e evolução de populações recentemente miscigenadas e à caracterização do impacto biológico do tráfico de escravos. A caracterização genética será feita com polimorfismos de DNA altamente informativos, que se podem analisar por técnicas de PCR, se localizam em diferentes regiões do genoma (autossomas e cromossomas mitocondrial, X e Y) e apresentam diferentes categorias de variação de sequência com distintas taxas de mutação. A informação recolhida com estes marcadores será usada para: 1) caracterizar os padrões de distribuição geográfica e étnica da diversidade genética de São Tomé e Príncipe; 2) avaliar as relações e níveis de diferenciação genética entre São Tomé e Príncipe, Portugal e uma amostra representativa da população brasileira de descendência africana; e 3) esclarecer a importância da miscigenação com os colonos portugueses na composição genética do arquipélago. Espera-se que da satisfação destes objectivos resulte: 1) uma contribuição para a reconstrução da história do povoamento de São Tomé e Príncipe e para a avaliação da sua importância nos movimentos triangulares Euro- Afro-Americanos gerados pelo tráfico de escravos; 2) uma avaliação de como certos aspectos conhecidos da história populacional moldam a composição genética de populações miscigenadas de origem recente; 3) uma melhor compreensão do modo como diferentes regiões do genoma humano são afectadas por uma história populacional comum; e 4) a construção de uma base de dados que ficará disponível para estudos multidisciplinares adicionais que envolvam comparações com a informação independente produzida pela História, Etnologia, Linguística e Epidemiologia.

Palavras chave: Tráfico de escravos, Antropogenética, Miscigenação e São Tomé e Príncipe

Fonte

sábado, agosto 18, 2007

Descoberta

Novas espécies descobertas em São Tomé

Uma expedição da National Geographic descobriu milhares de novas espécies nos mares de São Tomé. Um mundo novo que fascinou os biólogos marinhos.
( 23:11 / 21 de Novembro 06 )



Na investigação participaram sete cientistas de vários países ao serviço da National Georgraphic.

A descoberta das novas espécies ao largo de São Tomé e Príncipe foi feita num trabalho que começou em Fevereiro passado com partida do aeroporto de Lisboa.

«Existem milhares de animais sem nome, ainda não descritos, peixes de um metro e outros pequenos como caranguejos ou anémonas-do-mar. É um dos lugares piores explorados do mundo e é lindíssimo», afirmou Peter Wirtz, investigador do Centro de Ciências do Mar do Algarve, que fez parte da expedição.

Para já os biólogos marinhos identificaram 60 novos animais, entre os quais uma espécie góbio que se julgava confinada ao continente sul-americano, que vive em simbiose com um camarão.

«É um camarão cego, que escava uma gruta na areia e o peixe fica a guardá-lo de possíveis predadores», segundo Peter Wirtz, outro dos investigadores que participaram na expedição.

O cientista descreveu esta descoberta como «uma das mais extraordinárias» deste trabalho.

Fonte - TSF